A arte da Modificação Corporal

fonte: morguefile.com

Como toda arte milenar, as origens do body modification são incertas, remetendo a sociedades antigas como as tribais, espalhadas ao redor do mundo. Os povos da Papua em Nova Guiné, por exemplo, já andavam furando seus narizes muito antes do movimento punk da década de 1970 popularizar a prática. A grande diferença entre os nativos da selva de pedra e os habitantes da metade oriental da ilha da Nova Guiné é o objetivo ao modificar seu corpo: em vez de chocar, seus adornos corporais servem para ligá-los à virtude dos animais do qual o material é proveniente. Já entre os esquimós, um piercing no lábio ou na língua não possui outra conotação senão indicar que aquele indivíduo já não é mais uma criança e está apto a caçar.

Mas não é preciso ir tão longe no globo para encontrar exemplos de modificação corporal radicais. Os chefes kayapós por exemplo costumam usar enormes discos em seus lábios inferiores, conhecidos na cultura kayapó como “botoques”, sua função é exatamente a mesma que a de um alargador. Um exemplo de adeptos famosos dos alargadores de orelha foram os incas: seus alargadores eram inseridos somente naqueles que possuíam grande prestígio social. A origem dos piercings e alargadores é tão antiga e incerta que até mesmo os faraós utilizavam piercing no umbigo para denotar sua posição social, o adorno era exclusividade da família real.

Enquanto isso, no oriente, um dos povos mais conhecidos pela dermopigmentação são os japoneses, que a praticam desde o século V antes de Cristo. Apesar disso, o termo “tatuagem” origina-se do francês “tatouage” que por sua vez tem origem na palavra “tattow”, originária do Taiti, nada mais é do que uma onomatopeia designada para o som produzido instrumento de madeira e concha ao marcar a pele. O costume de fazer do corpo uma obra de arte, seja motivado pela religião, seja motivado por ideologias, ou simplesmente por pura vaidade, tem origens incertas espalhadas pelo mundo e pela história.

O body modification, apesar de comum e mais antigo do que se imagina, é uma arte ainda mal vista e barrada por tabus sociais, repletos de preconceitos e cerceados por más interpretações, que se encontram no ponto certo para serem quebradas.

Louie Fernandes

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